Ano Letivo 2024/2025

Dia da Escola

No Dia da Escola, fomos presenteados com a visita do Núcleo de Vozes Silenciadas, que leram, para uma Biblioteca cheia, um poema de Maria Amália Vaz de Carvalho e nos proporcionaram uma homenagem sentida a Maria Teresa Horta, recentemente falecida, com a leitura de excertos das Novas Cartas Portuguesas. O Núcleo esteve representado pela Laura Oliveira, Maria Cidade e Mariana Oliveira, as quais tiveram a oportunidade de divulgar as atividades que realizam e apelar à participação de todos. As leitoras convidaram ainda os alunos presentes a participar na leitura do poema de Maria Amália Vaz de Carvalho, tendo tido a colaboração de três intrépidos alunos do 11.º ano, cuja leitura, sem preparação nem ensaio, se mostra no vídeo..

Estúdio audio-visual

Mais uma valência do projeto apresentado à candidatura (re)criar a Biblioteca Escolar, da RBE, pronta a funcionar.

O processo de requisição é o mesmo do estúdio áudio: pode ser reservado por professores ou por alunos para a realização de conteúdos, com uma antecedência mínima de 24 horas, através do endereço paulo.moura@esmavc.edu.pt. O pedido de reserva deve identificar o(s) autor(es) da reserva; ano e turma, data em que pretende(m) realizar a gravação, assim como uma descrição sucinta do tipo de conteúdo a gravar.

As gravações serão acompanhadas e orientadas do ponto de vista técnico pelo assistente operacional que realiza o atendimento no Centro de Recursos. 

Estúdio áudio

No âmbito da Candidatura (re)criar, a Biblioteca tem pronto a funcionar umas das valências do projeto que apresentou à RBE: um mini-estúdio áudio, destinado a gravações de podcasts ou outro tipo de conteúdos escolares.
Estes recursos podem ser reservados por professores ou por alunos para a realização de trabalhos, com uma antecedência mínima de 24 horas, através do endereço paulo.moura@esmavc.edu.pt.
O pedido de reserva deve identificar o(s) autor(es) da reserva; ano e turma, data em que pretende(m) realizar a gravação, assim como uma descrição sucinta do tipo de conteúdo a gravar.
As gravações serão acompanhadas e orientadas do ponto de vista técnico pelo assistente operacional que realiza o atendimento no Centro de Recursos.

CONCURSO LITERÁRIO 24/25

Clube de Leitura 24/25

HORÁRIO

3.ª e 5.ª feiras - 14:15 - 15:00 horas
4.ª feiras - 8:15 - 9:45 horas - Eça de Queirós, "OS Maias"
4.ª feiras - 11:45 - 13:15 horas - José Saramago, "O ano da morte de Ricardo Reis" / "Memorial do Convento"
5.ª feiras - 10:00 - 11:30 horas

Ano Letivo 2023/2024

RESULTADOS

Após reunião do júri do Concurso Literário ESMAVC 2024, que decorreu na primeira semana de maio, apuraram-se os vencedores do certame. Foram distribuídos 3 prémios a 3 textos e 3 menções honrosas a outros tantos.

A concurso apresentaram-se 32 textos, tendo sido desclassificados 4 por não cumprirem certos preceitos do regulamento.
Dos textos admitidos, 14 apresentaram-se na modalidade narrativa e 14 na modalidade poesia.
O júri foi composto por 5 professores de diferentes disciplinas e um elemento da Associação de Estudantes.


Assim, a distribuição dos prémios foi a seguinte:
1.º Prémio (narrativa) - Patrícia Guerreiro, 12.º LH1
2.º Prémio (narrativa) - Érica Rato, 12.º CT2
3.º Prémio (narrativa) - Laura Canais, 10.º LH1
Menções honrosas
Érica Rato, 12.º CT2 (poesia)
Margarida Ferreira, 12.º CT2 (poesia)
Rodrigo Cardoso, 12.º CT4 (poesia)

Parabéns a todos os concorrentes em geral e aos vencedores em particular.
Aqui ficam os textos para poderem ser apreciados por todos.

O Concurso Literário é uma atividade de articulação curricular entre o grupo de Português e a Biblioteca.

1.º Prémio

Pela janela, observo gotas de orvalho respingar nas folhas das árvores sobre o leve empurrão do vento. Lá fora, o pátio sem ninguém, apenas com um banco de jardim e cores aborrecidas. As plantas arrepiam-se de frio e o pingo do orvalho assemelha se ao do meu nariz.

Já estou nesta escola há quase um mês, mas ainda não sei o nome de ninguém da minha turma. Não porque nunca ninguém me tenha dito, mas porque nunca me importei em ouvir. Nem sequer sei como é que os meus pés rastejaram até aqui. Chega Olívia, atrasada, cansada e sem fôlego. Parece que correu para chegar à aula a tempo, mas o professor ou não se apercebe ou não se importa, por isso repreende-a pelo seu atraso. Ela segura os nervos, de modo a conter alguns palavrões, percebe a minha presença, olha-me de cima para baixo, suspira um sorriso que parece de chacota e dirige-se para o fundo da sala.

Este nome, eu memorizei, não só porque o professor o disse, mas porque ela fez questão de me incentivar a fazê-lo.

Lá do fundo ouviam-se risinhos e sussurros. Senti as minhas costas a serem observadas, as minhas orelhas a escaldar, o corpo a tremer. Já não era o meu nariz que pingava, mas a minha testa e as minhas mãos. Pensei para mim "lgnora, ignora, ignora. Não é sobre ti". No entanto, os risos continuavam a cada pequeno movimento meu. Esta tortura durou poucos minutos, mas pareciam muitos mais. Assim que a aula termina, arrumo rapidamente as coisas e apresso-me para ir à cafetaria, a fim de não ter de enfrentar o que quer que fosse. Mas é inevitável fugir. Sinto olhares pregados em mim vindos de todos os cantos do corredor, engulo em seco, a luz das lâmpadas arde-me nos olhos, como se o seu foco fosse só em mim. Não tinha memorizado o nome de ninguém, queria continuar assim: "Se eu não me relacionar com ninguém, vou terminar o ano sem problemas" - penso.

Dirijo-me em desânimo para a máquina de comida. Porém, lá está ele: o James, com o antebraço apoiado na máquina e os olhos fixados nalgum produto. James é um dos únicos nomes que conheço nesta escola, pois é o meu amigo de infância. Eu sei que ele não simpatiza comigo porque quer ou porque gosta de mim, mas sim por respeito à amizade das nossas mães. Por mais que eu goste dele, a distância é aquilo que mais me agrada na nossa relação.

- Quantos mais anos é que vais demorar aí? - pergunto.

- Ah, Júlia. Não te tinha visto aí.

- Claro. Não tiras os olhos da máquina. - James olha para mim em silêncio, semicerrando os olhos. Eu continuo:

- Olha, vê lá se te despachas que eu estou com fome.

- É que eu queria mesmo umas bolachas daqui, mas a máquina decidiu prendê-las e agora não tenho mais trocos para comprá-las de novo.

- Tudo bem. Eu trato disso.

Coloco algumas moedas e observo o pacote de bolachas cair. Um e a seguir outro.

- Boa! Conseguiste dois pacotes!

- Sim, e podes ficar com os dois.

- A sério? És a melhor!

Fi-lo pensar que sou bondosa, mas eu nem sequer gosto dessas bolachas.

Depois do James me aborrecer com o seu jogo de futebol e de eu ter comprado alguns snacks, sentei-me num banco, levemente húmido da chuva, coloquei o meu casaco por cima, abri o meu livro e comecei a comer pacificamente. O meu sossego não perdurou, dado que os passos de alguém a aproximar-se assombraram-me por detrás. Era a Olívia.

- Júlia, não é?

- Sim. - menti um sorriso.

- Conheces o James?

- O... o James? - fechei o meu livro para demonstrar atenção.

- Sim, aquele rapaz ali no campo de futebol.

Procurei-o com os olhos e vi-o a rir com os seus amigos. Ele percebeu e acenou para mim.

- Vamos lá. Não podes negar, eu acabei de te ver a falar com ele e pareciam bastante íntimos. - afirmou acompanhada de um salpico de ira.

- Sim. Eu conheço, só que... - tentei explicar com as mãos - há imensos James e... - notei as suas sobrancelhas franzidas e instantaneamente parei de falar, insegura.

- Vocês estão juntos?

- Não! Quero dizer… - desviei o olhar, confusa – sim… - cocei a minha mão - nós de vez em quando estamos juntos. Nós falamos um com o outro. lsto é... o que queres dizer com... estamos juntos?

- Pergunto se namoram! - protestou já num tom aborrecido.

Vi os punhos de Olívia apertarem-se.

- Ah, não. - os punhos dela libertaram-se gradualmente.

- Acho que devias afastar-te dele. Ele parece estar interessado em ti.

- Não me digas que... - soltei um sorriso sincero - não me digas que gostas dele!

Ela suspirou um sorriso. Olhou para baixo.

- Não é nele que estou interessada, tolinha. - olhou para mim e subitamente as suas bochechas acaloraram-se. - É em ti.

Foi neste momento que percebi que a minha mente estava tão fechada que entendia qualquer interação como um ataque. A minha visão do mundo não correspondia à realidade.

Anaís Coral [Patrícia Guerreiro, 12.º LH1]

2.º Prémio

QANIK

No princípio tudo era um e só havia um todo. Árvores e peixes, pássaros e pedras, flores e lagartos, água e nuvens eram a Unidade da existência. Uma Unidade tão viva como um ratinho encurralado e tão inerte como o mais pesado rochedo que conheçam os olhos humanos. Até ao dia em que o Todo acordou.

Esta Unidade que acordou entreteve-se durante muito tempo (por mais que o tempo fizesse também parte do Todo) conhecendo-se. Deu consciência a pequenas partes de si para que não ficasse tão sozinha, porém, com a consciência também vem a independência e então começou a separar-se, ainda que estivessem todos os pedaços muito próximos. Certo dia, já se via tão fragmentada que deixou de se chamar Unidade e aceitou o título Terra. A Terra era senhora e soberana de tudo e todos, e importava-se com estes, mas como quem se importa também se zanga, a Terra não era diferente e então agitava-se e bramia e tornava-se chama de tanta fúria que a consumia, costumando acalmar logo depois. Até ao dia em que o costume de nada serviu e a Terra fez uma grande asneira, separou-se por completo.

O Tempo, as Nuvens e as Pedras foram os primeiros a separarem-se e o Tempo escolheu quão rápido correria, as Nuvens o quão alto estariam e as Pedras o quão grandes seriam. Depois vieram as Árvores, a Sorte, e os Mares acompanhados por uma infinidade de outras partes da Terra, já próximo do fim vieram então os Rios e o Céu. O Céu, que como amante não correspondido que era, tinha sido o que mais se agarrou à Terra, o que o levou também a ser o que ficou mais distante.

Nos primeiros dias, não houve dias. O Tempo quis consolar o Céu que estava enegrecido de tristeza por ter sido colocado tão longe da Terra e colocou as Estrelas junto ao Céu, para que este pudesse desabafar quando o Tempo estivesse mais acelerado. Quando já nada parecia consolar o Céu, o Tempo implorou aos Rios por ajuda e estes deixaram que a água que por eles corre, corresse também pelo Céu. Então, choveu durante uma pequena eternidade, situação que não agradou à Terra.

A Terra, ao saber da água, que agora o Céu lhe deixava que chorasse em cima, não pensou duas vezes e pediu às Nuvens para que a cobrissem, ao saber disto o Céu expulsou as Nuvens do alto pela sua traição, mas nas alturas o Céu não tinha poder por ter chegado tão tarde e as Nuvens limitaram-se a descer e a subir. Após o incidente, tudo andou talvez um pouco mais normal do que o esperado. Até que um dia o Céu recuperou as suas forças.

Como quem ama corre atrás do que ama, o Céu tentou a sua sorte, mas a Sorte não se importa com nada nem ninguém e não ajudou. Sozinho, o Céu fez força e arrastou as Nuvens e as Estrelas o mais que pode até à Terra e a Terra gritou-lhe desde as suas profundezas e o Céu, novamente negro, repleto de tristeza, acatou e chorou por meio ano. Ao sentir novamente as gotas que nela caíam, a Terra, fulminante com a situação, resolveu pedir conselhos às Nuvens e durante esse período o Céu esteve mais limpo do que nunca. As duradouras assembleias das Nuvens chegaram a uma conclusão com um contrato: a melhor maneira para que o Céu não lhe chorasse seria colocá-lo a uma distância próxima que chegue para o Céu não ter de chorar mais, mas ainda longe para a Terra não lhe tocar. A Terra assinou e o Céu também, ainda que a contragosto por saber estar longe da sua paixão, assim como as Nuvens, que não são tolas nem toscas e exigiram nas entrelinhas passar a ter o controlo de toda a água das alturas.

O Tempo, por ter o coração no sítio certo, pediu mais uma vez aos Rios que o ajudassem pois queria compensar o Céu pela sua perda e os Rios, mais uma vez, concordaram e deram-lhe parte da sua água, tornando-se então pequenos veios finos que serpenteiam peto corpo da Terra.

O Céu agora é mais discreto, e graças ao Tempo ainda chora pela Terra. Chora um choro frio, silencioso e leve para que a Terra não sinta o quão ardente, ruidosa e pesada ela é para o Céu.

Joana Camacho [Érica Rato, 12.º CT2]

3.º Prémio

O inesperado aconteceu

Vejo o sorriso na cara dele. Este mostra ser genuíno. Os dentes brancos sobressaem no vermelho dos seus lábios. O seu sorriso desenha uma linha curva. Sorrimos e rimo-nos. Rimo-nos tanto que nos começa a doer a barriga. Toda esta emoção vem do facto de eu ter acabado de cair de um dos degraus das escadas da nossa escola. Algo que pode acontecer a qualquer um. Porém, como quaisquer melhores amigos, desatamo-nos a rir.

Saímos da escola e vamos em direção à sua casa. No caminho até lá falamos. Falamos sobre os assuntos mais espontâneos. Até que ele se cala, deixa de articular as palavras que trocávamos e encara o infinito à sua frente. Eu estranho o ocorrido, porém, não é a primeira vez que isto acontece, por isso aceito o silêncio e foco-me nos meus pensamentos.

Penso nele, no Gonçalo, o rapaz que está ao meu lado neste preciso momento. Supostamente ele sabe tudo sobre mim, mas há um pormenor que lhe escapa. Existe um sentimento que me preenche o peito e o coração ao mesmo tempo. Algo que no início pensei que iria passar, todavia, este sentimento permaneceu. Poderia dizer que estou apaixonada por ele, mas a expressão paixão é demasiado forte para exprimir o que eu sinto, ou se calhar, pensando bem, nem é suficientemente forte...

Chegamos a casa, e o rapaz que se calou há pouco, mudou totalmente as suas atitudes. Novamente, estranho o ocorrido. É como se ele só tivesse uma emoção de cada vez...

Deixamos as mochilas da escola no seu quarto. O Gonçalo vai à cozinha buscar bolachas. Enquanto isso, eu digiro-me até à sala e atiro-me para o sofá, ajo como se a casa fosse minha, afinal somos amigos há bastantes anos. E quando não estou na minha casa, estou na dele. Decidimos passar a tarde, visto que não tínhamos mais aulas, a ver um filme. Passámos mais tempo a escolhê-lo do que realmente a vê-lo.

Acabamos por escolher um documentário e neste concentro-me. Porém, à medida que o documentário avança, a minha cabeça só pensa numa única coisa. No sentimento que tenho por ele. Parece que o quero na minha vida para sempre, seja como amigo ou mais do que isso. Será que ele também sente o mesmo por mim? Será que lho devo dizer? Tantas perguntas passam pela minha cabeça, e igualmente as possíveis respostas. Nunca tive um namorado, nunca beijei ninguém, a pessoa mais próxima na minha vida é o Gonçalo. E apesar de sermos o oposto um do outro, consigo imaginar um futuro com ele.

Até que, para minha surpresa, ele pergunta-me se eu me poderia ir embora.

Encaro-o olhos nos olhos, não percebo o que acabou de acontecer. Será que fiz alguma coisa para ele me mandar embora da sua casa? lsto nunca tinha acontecido. Pergunto-lhe se está tudo bem, ele responde que está só cansado e prefere estar sozinho. E, em vez de o questionar ainda mais, apenas aceito e vou-me embora.

Abro os olhos, é o dia seguinte, encaro o teto do meu quarto, e as estrelas que brilham no escuro que nele colei quando era criança. Saio da cama e a onda de calor que sentia no meu corpo por causa dos lençóis de flanela, agora é inexistente.

Depois de estar pronta, mando mensagem ao Gonçalo, como de costume, a avisar que cheguei ao nosso ponto de encontro, para seguirmos até à escola. Nada, não recebi nada de volta. Passam cinco, dez, quinze minutos. As aulas estão prestes a começar e chegar atrasada não é opção. Por isso, corro até à escola, sem o Gonçalo. Tenho um pressentimento de que algo não está certo. Porém, penso na melhor das hipóteses. Pode ser que tenha só adormecido.

A seguir às aulas, não penso duas vezes e vou até à sua casa. Toco à campainha e pergunto aos pais do Gonçalo por ele. Eles ficam confusos, pois pensavam que ele estava comigo. Nada fazia sentido. Porque é que ele haveria de ter mentido aos seus pais por uma coisa sem sentido? E porque me pediu para sair de sua casa ontem à tarde? E a explicação de parecer só ter uma emoção de casa vez? Tantas perguntas para as quais não tenho respostas.

Os dias passam. Uma semana, duas... não existem sinais do Gonçalo, Até que tudo descamba. Mas mesmo tudo.

Gonçalo é dado como desaparecido. Até que é encontrado. Porém, sem vida. Tantas hipóteses do que poderia ter acontecido. Mas suicídio, nunca tinha pensado nessa. O rapaz por quem eu estava apaixonada. O rapaz que era o meu melhor amigo. O rapaz que agora não está comigo, nem com ninguém.

Começo a ligar os pontos todos. Como é que nunca me tinha apercebido do estado em que ele estava psicologicamente, ao ponto de fazer uma coisa daquelas a ele próprio. Se existia alguém que não poderia desaparecer da minha vida, era ele.

Até que me apercebo que a paixão que me enchia o coração e o peito há uns dias, enche-se agora de tristeza.

TV girl [Laura Canais, 10.º LH1]

Menção honrosa


Queria ser feito de pau,

Para arder realmente

De cada vez que ardo figuradamente


Cada momento que ardo

De febre,

De cólera,

De amores

E distanciam-se mais e mais

Cada quadrado de pele

Cada órgão,

Cada cartilagem,

Cada articulação,

Cada pelo,

Cada unha,

Cada cabelo...


Sinto-me mais vivo.

Gostava de ser de madeira.

A madeira forma farpas,

Farpas essas que sim

Entranham-se na pele.


Se pudesse...

Lenta e suavemente,

Aproximava uma mão do teu pescoço,

Agora de pau e não de osso

Que te perfurasse por inteiro


Farpa

Por farpa

Dedo

Por dedo

Centímetro

Por centímetro


Sem gritares,

Pois as tuas cordas estariam agora

Entrelaçadas nas minhas falanges.


E eu estaria bem.


A tua carne e a minha fundidas,

Seríamos mais próximos

Do que aquilo que qualquer junção carnal permite.

Mas sou só um Pinóquio,

Feito de pau que arde

E de farpas, agora ardidas

João Xavier Sarna [Érica Rato, 12.º CT2]





Menção honrosa


Distante como as estrelas


Aconchegado pelas telhas do telhado

observo o encanto do céu noturno,

um céu nu completamente iluminado

ofuscando o seu lado taciturno.


Encaras-me através das estrelas

que assumem a forma das tuas feições

numa composição elaborada mas singela

por meio das constelações


Quero tocar nas estrelas

para te sentir por um instante

Oh céu, por que me fazes isso?

Estás tão inerte e tão distante!


Vislumbro a ursa maior

que no seu arco indeciso

carrega a perfeição da tristeza

presente no teu sorriso.


Não tenho dúvidas que és tu,

está ali o teu sinal singular

na extremidade do teu sorriso

brilha intensa, a estrela Polar.


Mas deixo de sentir

que estás mesmo aí margarida,

não te mexes nesse espaço imenso,

não mostras sinal de vida.

Mas eu sei que tu também sentes

a nossa dor vivida

inesperada... de repente

cai dos teus olhos decidida

uma estrela cadente

que rebate a incerteza descabida,

encaro-te triste mas contente

por saber que és tu margarida.


Gustavo Stubner Antunes [Margarida Ferreira, 12.º CT2]






Menção honrosa

CONVERSAS SEM PALAVRAS

À Sra. Matilde Correia da Silva, a dedicatória

real de toda a realidade.

"...que invisível se vê."

FERNANDO PESSOA


I

Não há nada cá

Que eu tenha interesse em ver,

A Vida me chega já

Em não chegar por se ser.

Não queria estar aqui ou lá,

Penso na incerteza de perceber

O meu pensamento que vá

Pensar em se conhecer.

E não venho...

Fico posto mesmo assim,

Com o sozinho consigo.

Sou-me e me não tenho,

Tenho a sensação de mim

lntercalada comigo...



II

...estou à margem

...não, não sei estar nadando…

…chego na paragem,

E ela chega andando...

…é louca a viagem

De quem não vai viajando...

...isto das águas – elas agem

A ação me calando…

...paro-me e quedo,

Mexo-me e sou quieto…

...isto tudo refletido...

...mar na maresia;

lntensidade da calmaria –

O ser do que não tem sido… [continua ao lado]



III

Chegou-me o vencimento...

...só seu...

...vindo, vem no pensamento

Vindo donde se venceu...


Entendo sem entendimento –

Ele acabou e se não deu...

...Que me venha o sentimento

De sentir-se ao eu...


...eu nunca mais…

...mais é já demais...

A ocasião, ela que tente

A tentação do tentado...

...a reação do recente –

A velhice do acabado.


Heterogéneo de Souza [Rodrigo Cardoso, 12.º CT4]

CRIOU E NÃO INVENTOU – MAS FEZ

Regulamento

Exposição bibliográfica "O Prazer de Ler: História – Cultura – Artes

Está patente, na Biblioteca, a exposição bibliográfica "O Prazer de Ler: História – Cultura – Artes" entre os dias 19 e 23 de fevereiro
Esta exposição, integrada na Semana da Leitura, visa promover a leitura e a divulgação do fundo documental da Biblioteca da Escola Secundária Maria Amália Vaz de Carvalho.

Apesar de ser prioritariamente destinada a alunos dos cursos de Artes Visuais e Língua e Humanidades, a importância do contacto com o livro e com as expressões artísticas está presente no "Perfil dos alunos à saída da escolaridade obrigatória". Assim, a exposição "O Prazer de Ler…" foi pensada em função de todos os alunos da escola e dos diferentes cursos.

O catálogo da exposição está disponível aqui.

A exposição foi concebida, organizada e montada pelo professor da equipa da Biblioteca, José Vasco. 

Projeto de Leitura II

Avô e neto. Tendo sido confrontado com a necessidade de escolher um livro para ler e apresentar à turma, de que é que se lembra o aluno do 10.º ano? Escolher um livro do avô sobre uma figura controversa e quase esquecida da oposição ao Estado Novo. E para apresentar o livro nada como convidar o autor, com quem se tem, naturalmente, bastante familiaridade. E assim se brilha perante os colegas, aproveitando a sorte que a vida nos dá. O autor, que começa por dizer que não é escritor, dá uma grande ajuda ao apresentador e ambos se mostram muito orgulhosos um do outro. E com razão. A ideia foi da professora Anabela Santos, e muito bem acolhida.

Projeto de Leitura I

Duas turmas do 11.º ano, em dias diferentes, escolheram o local ideal para apresentar aos seus colegas os livros que leram no âmbito do Projeto de Leitura. O professor Marco Machado coordenou e dinamizou as sessões e os apresentadores responderam às perguntas dos colegas, os quais se mostraram bastante curiosos e interessados.

A matemática do quotidiano

No dia 5 de janeiro, a Biblioteca recebeu um matemático que gosta de se divertir com os desafios que a vida quotidiana nos coloca e pensá-los através da linguagem matemática. O matemático é José Paulo Viana e a sua simpatia e paixão são transbordantes e contagiantes. Embora possa parecer contraditório, o nosso convidado faz magia e pôde proporcionar aos privilegiados do 12.º CT2 um momento que, aparentemente (mas só aparentemente), escapa à razão. José Paulo Viana tem obra publicada, é professor de matemática e colaborou com o jornal Público, na rubrica "Desafios" por mais de 28 anos. A palestra foi organizada pela professora Teresa Moreira.

Ano Leitivo 2022/2023

No âmbito do Projeto Multidisciplinar "Atelier de Artes/Atelier de Artistas", o grupo de Artes Visuais da Escola Secundária Maria Amália Vaz de Carvalho, em colaboração com a Biblioteca, tem a honra de convidar os Docentes, Alunos, Encarregados de Educação e restante comunidade educativa para a exposição "Fios de Personalidade", de Jorge Cerqueira,...

Realizou-se hoje as meias-finais do Campeonato de Pesquisa da Internet, na Biblioteca. Participaram 12 equipas do 10.º ano, 6 do 11.º e 11 equipas do 12.º. Apuraram-se para a final a equipa MVPINA do 10.º ano, a equipa Mike Lee Tories do 11.º ano e a equipa Gorro do 12.º ano. Parabéns aos vencedores!

Depois de cada turma ter apurado a sua equipa, disputa-se amanhã, 7 de dezembro, na Biblioteca, as meias-finais entre as turmas, por anos de escolaridade (10.º ano às 8:15; 11.º às 9:00; 12.º às 10:00). As equipas apuradas em cada ano de escolaridade disputarão a final na sexta-feira, 9 de dezembro, às 11:30 horas.

As imagens acrescentam um toque final perfeito aos seus artigos e atraem os leitores para abri-los. A primeira imagem do seu conteúdo será automaticamente usada como uma miniatura de seu artigo. Ou seja, uma imagem de capa acertada pode aumentar a atractividade do seu artigo.

Biblioteca ESMAVC | Todos os direitos reservados 2022
Desenvolvido por Webnode Cookies
Crie o seu site grátis! Este site foi criado com a Webnode. Crie o seu gratuitamente agora! Comece agora